quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

No chão da Fábrica

No chão da fábrica – contos e novelas reúne histórias que têm como temática principal a classe operária. São relatos sobre o trabalho e a vida de brasileiros que escolheram o mundo urbano de São Paulo para realizar o sonho de ter uma vida melhor.

Fernando Bonassi, escritor e roteirista, destaca na apresentação: ”São narrativas sobre a inutilidade do esforço, a destruição dos laços afetivos e a mutilação dos corpos pelas necessidades materiais.

Tramas sombrias que, à luz do que vivemos, permanecem atuais.” Bonassi conclui: “O leitor tem nas mãos um livro fundador daquilo que somos e fizemos de nós mesmos”.

A reunião de contos e novelas traz ainda avaliações críticas assinadas por professores e jornalistas ligados à literatura. “Nesse livro, vê-se nitidamente o trabalho literário, o cuidado com a linguagem, com sua organização, buscando efeitos que transcendam o mundo meramente objectual.

É trabalho literário que se reencontra com o trabalho material de seus sofridos personagens. E isso é Literatura, com maiúscula!”, diz Enid Yatsuda Frederico, professora aposentada do Departamento de Teoria Literária da Unicamp.

Roniwalter Jatobá nasceu em 22 de julho de 1949 em Campanário, Minas Gerais. Aos dez anos foi morar em Campo Formoso, Bahia, onde concluiu, em 1964, o curso ginasial. Em 1970, veio para São Paulo. Trabalhou como operário na Karmann-Ghia, no ABC, enquanto morava ao lado da Nitroquímica, em São Miguel Paulista. Entrou para a Editora Abril no final de 1973, na área gráfica, e cinco anos depois, formou-se em jornalismo. Foi redator das publicações infanto-juvenis desta editora e da Rio Gráfica (hoje Globo) e colaborou em Versus, Folha de S. Paulo, Movi mento, Escrita, Ficção e outros. No final dos anos 70 viveu sete meses na Europa, num exílio voluntário. De volta ao Brasil foi redator do Nosso século, editor de textos de Movimento e Retrato do Brasil (fascículos), editor executivo de Saúde, Boa Forma e de publicações especiais da revista Corpo a Corpo; criou e dirigiu ainda a revista Memória e editou livros históricos na Eletropaulo. Entre 1997 e 2003, atuou tam¬bém como cronista semanal do jornal paulistano Diário Popular. Publicou, entre outros, os livros Sabor de química (contos, 1976, Prêmio Escrita de Literatura), Crônicas da vida operária (contos, 1978, finalista do Prêmio Casa das Américas, em Cuba), Viagem à montanha azul (infantil, 1982), O pavão misterioso e outras memórias (crônicas, 1999, finalista do Prêmio Jabuti), Paragens (novelas, 2004, finalista do Prêmio Jabuti), Trabalhadores
do Brasil: histórias do povo brasileiro (contos, 1998, organizador). Pela editora Nova Alexandria, publicou Rios sedentos (2006), voltado para o público infanto-juvenil, Contos Antológicos (2009), Cheiro de chocolate e outras histórias (2012, Prêmio Jabuti) e, para a coleção “Jovens sem fronteiras”, O jovem Che Guevara (2004), O jovem JK (2005), O jovem Fidel Castro (2008), O jovem Luiz Gonzaga (2009) e O jovem Monteiro Lobato (2012). Publicou ainda três livros pela Editora Positivo: Viagem ao outro lado do mundo (infantil, 2009) e Alguém para amar a vida inteira (novela juvenil, 2012) e Sina (história para alfabetização de adultos, 2014). Alguns de seus livros foram selecionados pelo PNBE e escolhidos pela FNLIJ para o catálogo da Feira do Livro de Bolonha (Itália). Seus contos adultos foram ainda incluídos em diversas antologias brasileiras e estrangeiras, com traduções para o alemão, inglês, italiano, sueco e holandês. Em 1988, traduziu o livro de contos A cavalaria vermelha, de Isaac Babel, editado pela Oficina de Livros.

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